21 de outubro de 2014

Filme: Mesmo Se Nada Der Certo

Título Original: Begin Again
Lançamento: 2014 

Direção: John Carney
Elenco: Keira Knightley, Mark Ruffalo, James Corden, Adam Levine
Gênero: Drama, Romance, Musical
Sinopse: Uma cantora (Keira Knightley) se muda para Nova Iorque, mas logo após chegar no local, seu namorado americano decide terminar o relacionamento. Em plena crise, ela começa a cantar em bares, até ser descoberta por um produtor de discos (Mark Ruffalo), certo de que ela pode se tornar uma estrela.

Vou ser sincera e confessar que o meu interesse inicial pelo filme começou por ter o Adam Levine no elenco, não só pelo fato de ser ele especificamente, mas também por estar curiosa para ver ele em cena. Só que, assim que vi o trailer, o filme me conquistou por si mesmo e me deixou realmente ansiosa. Porém eu não estava esperando o que encontrei, um filme movido por música, sensível, cru e carregado de verdades. Fazia muito tempo mesmo que eu não amava um filme tanto assim.

Dan (Mark Ruffalo) é um produtor musical que acabou se perdendo na vida, se separou da esposa e desde então se afastou muito da sua filha adolescente, no trabalho faz mais de sete anos que não fecha um contrato e vem sofrendo com a cobrança do seu sócio e  é por tudo isso vive entregue à bebida. Depois de um dia especialmente ruim ele vaga pelo metrô de Nova Iorque até que acaba parando em um bar onde, depois de tanto tempo, uma cantora finalmente o atraí.
Gretta (Keira Knightley) é uma compositora esporádica que se mudou para Nova Iorque com seu namorado, Dave (Adam Levine), depois que ele ficou famoso por ter suas músicas em um filme de sucesso e terminou assinando um contrato com uma grande gravadora, mas ela acabou o perdendo para a fama. No seu último dia na cidade, o seu amigo Steve (James Corden) que trabalha tocando na rua, a convence de ir em um bar onde ele vai tocar.
Assim Dan e Gretta se conhecem e conseguem se entender em meio a personalidades tão marcantes e diferentes e fazem um acordo, ela querendo fugir de todos os clichês de sucesso e ele querendo fazer algo autêntico.

O primeiro ato do filme já mostra que ele não é apenas mais um. Primeiro nós vemos a cena como um telespectador, uma garota que é meio que forçada a subir no palco pelo amigo e um cara na platéia que começa a ouvir sentado no bar e termina de pé lá na frente. E então nós vemos a mesma cena pela perspectiva de Dan, depois de um dia horrível que trouxe a tona todos os fracassos que já teve na vida e que, de repente, se vê encantado e movido por aquela música. E, por último, nós temos o ponto de vista de Gretta, que está com o peso de todas as desilusões dos últimos meses e que derrama toda sua dor nas letras que está cantando.
Eu não sei explicar de forma concreta, mas existe algo de único em Mesmo Se Nada Der Certo. Ele possui uma sutileza e uma sensibilidade que move quem está assistindo ao mesmo tempo que a sua visão crua e realista das pessoas e da vida se tornam reconfortantes por serem tão fáceis de se relacionar,

Poucas vezes vi personagens tão reais, com personalidades tão definas e tão complexos em seus valores, seus sonhos e seus sentimentos. Cada um luta contra seus próprios demônios, se recupera de suas próprias rasteiras da vida, mas não são inundados de drama e tristeza. Eles são intensos e cheios de verdade, cada um possuiu características que os diferenciam. E eles não seriam tão bons se não fosse pelas atuações que estavam no ponto com os atores que estavam visivelmente confortáveis em seus papéis. E não digo isso apenas da Keira Knightley e do Mark Ruffalo, que são os protagonistas, mas também de todo o elenco que foi incrível. Com destaque para o James Corden que fez um Steve extramente carismático, para a Hailee Steinfeld que construiu uma personagem interessante, mesmo com seu pouco tempo em cena, e até mesmo para o Adam Levine não fez feio.

Essa característica incomum de criar personagens complexos e cheios de personalidade não é o único diferencial do filme. Fiquei surpresa ao ver que a estória não tomou o rumo previsível ou esperado. Por mais que pareça, esse não é um filme sobre superação, sobre sair do buraco e se tonar um astro do rock. Nenhum desses personagens sofre grandes transformações de vida, todas elas são pequenas, internas e emocionais. Os personagens passam por uma jornada de descobrir a si mesmo e aceitar o que são para então serem felizes dentro do que já possuem. Uma escolha arriscada, mas que funcionou, fazendo do filme uma estória comum de pessoas comuns com problemas comuns.

É preciso dizer que a música é o grande norte desse filme, e não é simplesmente pelo fato de ser a causadora de todos os conflitos do filme. É quase como se a música fosse um personagem, muitas vezes ela substituí diálogos e em outras vezes representa o sentimento dos seus personagens. Ela guia todos os acontecimentos e é a responsável por cenas encantadoras e memoráveis como, por exemplo, quando a Gretta e o Dan dividem a playlist, Qualquer amante de música vai se sentir tocado ao assistir esse filme, são tantas músicas incríveis e tantos tributos a ela, sem dúvida é a música um dos principais fatores que tornam Mesmo Se Nada Der Certo um filme tão diferente, especial e sensível.

É difícil falar sobre algo que você gosta muito, e é assim que estou me sentindo agora. Eu fui completamente conquistada e tocada pela estória agridoce de Mesmo Se Nada Der Certo e queria passar tudo o que senti para vocês, mas parece que por mais que tente não consigo dizer o suficiente. Termino falando apenas que, como comentei lá em cima, faz muito tempo que não me apaixono tando por um filme e que se nada do que eu disse chegou a te convencer apenas clique aqui e tenha um gostinho do quão incrível o filme é. 

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Juliana Sutti