16 de dezembro de 2014

Filme: Walt nos Bastidores de Mary Poppins

Título Original: Saving Mr. Banks
Lançamento: 2014 

Direção: John Lee Hancock
Elenco: Tom Hanks, Emma Thompson, Paul Giamantti
Gênero: Biografia, Drama, Comédia
Sinopse: Durante 20 anos, Walt Disney (Tom Hanks) tentou adquirir os direitos de Mary Poppins da escritora australiana P.L. Travers (Emma Thompson), que sempre se recusou a vendê-los para que Disney fizesse "um de seus desenhos bobos". Entretanto, a crise financeira faz com que ela tenha que negociar. Desta forma, Travers viaja até os Estados Unidos e passa a trabalhar juntamente com a equipe escolhida por Walt Disney para que Mary Poppins possa chegar às telas. Minuciosa e com muita má vontade, ela começa a encontrar problemas de todo o tipo. Como o contrato lhe dá o direito de cancelar a cessão dos direitos caso não concorde com a adaptação, Disney e sua equipe precisam aceitar seus caprichos para que o filme, enfim, saia do papel.
Eu assisti muitos lançamentos e super produções, como Interestelar por exemplo, nessas últimas duas semanas, mas depois de ter assistido Walt nos Bastidores de Mary Poppins eu simplesmente senti que não poderia falar sobre qualquer outro para vocês. Eu amo estórias reais - quando não é um filme de terror porque né, sou mega medrosa - e estórias que se passam nos bastidores e quando vi o trailer eu simplesmente soube que ele era o meu tipo de filme. E acabou sendo tudo o que eu poderia esperar, me senti completamente envolvida pela vida da P.L. Travers e comovida ao ponto de derrubar muitas algumas lágrimas. 

Eu nunca assisti ao filme da Mary Poppins porque, por mais que me doa admitir isso, odeio assistir filmes antigos. Mesmo que seja um clássico, mesmo que todo mundo ame, existe um bloqueio em mim que me impede de ter uma vontade real de dar uma chance a eles. Mas isso não foi nenhum empecilho nessa caso porque consegui entender tudo muito bem, mesmo que eu saiba que com certeza deixei passar muitas referências. 
É claro que o filme não é cem por cento fiel à como tudo aconteceu, já que a Disney está contando a estória de uma pessoa que a odiava e que, mesmo depois de toda a sua interferência, ainda assim odiou o resultado final da adaptação. O filme mostra sim um pouco de crítica à exploração capitalista, mas é algo muito secundário já que o roteiro faz com que o grande receio da P.L. Travers na entrega dos direitos da sua estória seja por causa da sua ligação emocional com o que criou e não com o repúdio a sua transformação em algo comercial e apelativo.

A autora exigiu que todas as suas reuniões com os roteiristas e produtores fossem gravadas e é daí que veio grande parte do material utilizado na criação do roteiro para a parte do filme que mostra toda a contribuição - ou complicação - da P.L. Travers no desenvolvimento dele. O que faz com que, esse pedaço do filme em particular, seja muito fiel ao que aconteceu de verdade, mostrando toda a guerra entre ela e os responsáveis pela adaptação além de mostrar também muito da sua personalidade difícil, persistente e ranzinza. 

Mas a outra parte da estória conta um pouco da infância difícil da autora, que seria de onde ela tirou a inspiração para, no futuro, criar Mary Poppins. Sobre a sua vida eu não sei o quanto do que nos é contado no filme é verdade, mas acabou sendo algo pelo qual torci o nariz no começo e acabou fazendo toda a diferença no final. Esse foco no passado trouxe muito do drama do filme e foi muito importante para que nós estendêssemos de verdade a P.L. Travers e criássemos uma ligação emocional com a estória. 

O título original do filme, Salvando Sr. Banks em tradução literal, é muito mais coerente com a obra do que o título que temos no Brasil. (Sério, é tão difícil assim simplesmente traduzir o título? Precisam mesmo inventar um título completamente sem apelo e super longo?) O Walt Disney, interpretado aqui pelo Tom Hanks - uma escolha inteligente dos produtores -, não tem tanto destaque assim como esse título nos leva a crer já que o grande foco e o grande destaque da estória está na P.L. Travers que ganhou vida novamente pela ótima atuação da Emma Thompson. A atriz conseguiu trazer a tona todas as emoções necessárias nos momentos certos e mostrar sem medo a personalidade forte, taciturna e difícil da sua personagem ao mesmo tempo em que nos faz criar um laço real com ela. Para mim a Emma Thompson é um dos grandes, se não o maior, destaques do filme. 

Eu sei que Walt nos Bastidores de Mary Poppins não se apega a realidade e traz uma visão muito mais, leve, otimista e positiva do que o que verdadeiramente ocorreu. Mas eu não consegui não me apaixonar por esse filme e me sentir emocionada com a estória. Ela pode ser muito apelativa em certos momentos, é verdade, mas consegue encantar e prender quem está assistindo, além de fazer rir e chorar. Eu sei que esse não é um tipo de filme que agrada a todos, mas ele com certeza vale a chance. 

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Juliana Sutti