Autor: Michelle Knight com Michelle Burford
Editora: Fontanar
Número de páginas: 192
Avaliação:





Sinopse: Como Michelle Knight, uma jovem mantida em cativeiro durante uma década, conseguiu superar o passado? Um relato comovente sobre como não perder a esperança e seguir em frente. “No dia em que desapareci em 2002, pouca gente pareceu notar. Eu tinha 21 anos, era uma jovem mãe que havia parado numa loja de conveniência, uma tarde, para pedir informações. Durante os 11 anos seguintes, fiquei trancafiada no inferno. Essa é a parte da minha história que talvez você já conheça. Há muito mais coisas que você não sabe.” Michelle Knight foi raptada em 2002 por um motorista de ônibus escolar de Cleveland chamado Ariel Castro. Por mais de uma década, ela sofreu torturas inimagináveis nas mãos de seu sequestrador. Em 2003, Amanda Berry juntou-se a ela no cativeiro, seguida por Gina DeJesus em 2004. A fuga das três, em 6 de maio de 2013, foi notícia ao redor do mundo. Milhões de pessoas comovidas agora se perguntam: o que realmente aconteceu naquela casa, e como Michelle encontrou forças para sobreviver? Mal saída de sua própria infância problemática, Michelle estava afastada da família e lutando para reaver a guarda do filho quando desapareceu. A polícia acreditava que ela havia fugido, por isso retirou seu nome da lista de pessoas desaparecidas 15 meses após o seu sumiço. Castro a atormentava com isso, lembrando que ninguém procurava por ela, que o mundo lá fora a esquecera. Mas Michelle não se deixava abater. Comovente, chocante, e por fim triunfante, Libertada revela os detalhes da história de Michelle, incluindo os pensamentos e orações que a ajudaram a encontrar coragem para suportar suas inimagináveis circunstâncias e construir, a partir de agora, uma vida que valha a pena ser vivida. Ao compartilhar seu passado e seus esforços para criar um futuro, Michelle se torna a voz dos que não têm voz, e um poderoso símbolo de esperança para milhares de crianças e jovens que desaparecem todo ano.
Hoje a resenha é sobre um livro de não ficção. Um livro que comecei a ler para um desafio e que foi totalmente impactante. Pensei em desistir quase na metade da leitura, mas fiquei firme. Porque desistir? Porque achei a história forte demais, achei pesada, triste, sofrida. Mas segui em frente.
Quando escolhi o livro, achei que a pior parte do livro seria sobre o cárcere, os 11 anos que Michelle, a personagem e também autora do livro passou encarcerada, após ter sido sequestrada. Pensei que fosse mais um daqueles casos de crianças/pessoas que tinham uma vida "normal" antes de serem sequestradas e passaram por todos os horrores sob o domínio de um sequestrador. Mas, mais uma vez me enganei.
A vida de Michelle nunca foi "normal". Depois de viver por muito tempo dentro de um veículo com os pais e vários irmãos, encontram uma casa para morar. E com eles, vão vários familiares. Michelle passa a ser abusada sexualmente por um dos parentes, desde bem pequena. E isso dura por anos! Ela consegue fugir por um tempo, quando passa a traficar drogas, mas é encontrada pelo pai, que a leva de volta. E os abusos continuam.
Com 16 anos, Michelle conhece um garoto, de quem tem um filho. Mesmo com todas as dificuldades, Michelle cuida do filho da melhor forma possível, mas um dia, o namorado de sua mãe, quebra a perna de Joey e ele é retirado de seus cuidados pela assistência social.
E quando Michelle está procurando um endereço, para uma reunião com uma assistente social, é sequestrada por Ariel, pai de uma de suas amigas. E então, começa o terror. Ela é estuprada, espancada, abusada de todas as formas imagináveis e inimagináveis também. É espancada em todas as vezes que engravida no cárcere (5 vezes), abortando em todas elas. Depois de um tempo, passa a dividir o cárcere, com duas outras adolescentes, que passam pelos mesmos horrores que ela.
Michelle fica encarcerada por 11 anos. E eu, a todo momento me perguntava: "como ela suportou passar por tudo aquilo?", "Porque a vida de Michelle foi tão sofrida, desde criança?".
Perguntas que ela mesma se fazia e mesmo sem obter respostas, nunca perdeu a fé em Deus, nunca deixou de acreditar n'Ele e pelo amor incondicional que sentia pelo filho, suportou todas as atrocidade as quais foi submetida.
"Às vezes me pergunto qual a finalidade de toda essa dor que vivi? Por que Deus não pode tornar possível que nunca passemos por dificuldades? Um dia, no céu, vou ter que perguntar isso a Ele. Mas por enquanto, o único sentido que posso dar a tudo o que aconteceu é esse: todos nós enfrentamos dificuldades. Podemos não querer isso, mas enfrentamos. Mesmo não entendendo minha dor, preciso transformá-la em algum tipo de propósito".
O livro é chocante, comovente, triste, intenso e tenso. Chorei, me senti muito mal, mas continuei lendo. Esse foi o livro de não ficção mais forte que li em toda minha vida. É um livro triste, mas não é um livro ruim, é uma história de superação e de coragem. Indico muito a leitura.


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