Delírio #1
Autor: Lauren Oliver
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Autor: Lauren Oliver
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 342
Avaliação: 







(Skoob)
Lena Haloway tem quase dezoito anos e está ansiosa pelo seu aniversário, é com essa idade que os jovens recebem a cura para o Amor Deliria Nervosa. O amor é uma doença, no passado ele era considerado algo bom, até que o governo descobriu que ele enlouquecia as pessoas e levava a morte. Os sintomas são bem evidentes, palpitações, dificuldade em se concentrar, perda do apetite, entre outros.
Após a cirurgia de cura, as pessoas vivem tranquilamente. Um parceiro é devidamente escolhido, a pessoa se casa e tem filhos, mas não existem sentimentos românticos ou fraternais. Você cria seus filhos e convive com seu marido (ou esposa) com base nos princípios do Shh (a cartilha básica).
A mãe de Lena não foi curada, após três intervenções a cura não se ativou. Decidida a não perder esse sentimento ela acabou cometendo suicídio, é por esse motivo que Lena conta os dias para a sua intervenção. A morte de sua mãe é uma vergonha para a sua família, ela não quer ter o mesmo destino. Se não fosse pelo acolhimento de sua tia, Lena e a irmã mais velha estariam sem lar. Lena sofreu na pele as consequências do Amor Deliria Nervosa, sendo assim ela entende as imposições do Governo, ela não acha estranho não poder ter contato com nenhum garoto antes da intervenção, de existir um toque de recolher para que todos os não "curados" estejam em casa, e não vê nada errado em ter uma cerca eletrificada por toda a extensão de sua cidade.
Ela tem plena confiança que o governo deseja o melhor para eles. Até o momento em que conhece um garoto, Alex, e o inesperado acontece... Lena se apaixona. Será que o amor é mesmo tão ruim assim?
"É o mais imortal de todos os males: você pode morrer de amor ou da falta dele."
MUITO amor por este livro, muito mesmo. Ainda bem que por aqui não é preciso receber a cura rs. Eu já havia me apaixonado pela escrita de Lauren Oliver em Antes que eu vá, Delírio veio para confirmar o quanto ela é talentosa.
O mundo distópico criado por Lauren é diferente de tudo que eu vi até agora, nele as pessoas são induzidas a acreditar que o amor é uma doença. As pessoas se transformam praticamente em seres desprovidos de sentimentos, não existe desespero, não existe dor. Não existe liberdade. É tudo muito convincente e angustiante, já imaginou não sentir amor por ninguém, nem mesmo por seus pais ou filhos?
"Disseram que o amor é uma doença. Disseram que ele acabaria nos matado.
Pela primeira vez percebo que isso também pode ser uma mentira."
O livro é narrado em primeira pessoa, por Lena. De início a personagem pode ser irritante, afinal de contas ela cresceu pensando como a sociedade queria, praticamente não tem pensamentos próprios. No entanto, no decorrer da história ela mostra um grande amadurecimento, foi devido a isso que eu não quis enforcá-la.
Alex é um personagem doce, me apaixonei por ele desde o primeiro instante. Ele é romântico, mas não do tipo extremamente meloso. A forma como Lena e ele se apaixonam me convenceu bastante, pois foi gradativo, nada de amor enlouquecedor à primeira vista.
A melhor amiga de Lena, Hana, é uma ótima personagem também, ela é decidida e destemida, no início do livro consegue roubar até mesmo a cena de Lena. Destaque para a pequena Grace, ela é neta da tia de Lena, uma criança extremamente doce.
Fui fisgada totalmente pela leitura, eu não conseguia fechar o livro. O final arrasou o meu coração, não podia acreditar no que estava lendo. Gostaria apenas que houvesse maiores explicações sobre o motivo do governo criar essa cura, o que os levou a crer que o amor era uma doença.
Cada capítulo é iniciado com uma citação, de algum livro existente no mundo criado por Lauren, isso acrescentou ainda mais beleza à obra. Anotei diversos quotes lindos, mas achei melhor não colocar todos, para evitar qualquer tipo de spoiler.
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Contarei mais um segredo, esse para o seu próprio bem. Você
pode pensar que o passado tem algo a dizer. Pode pensar que deveria ouvi-lo,
que deveria se esforçar para entender seus murmúrios, que deveria se inclinar
ao máximo para escutar sua voz sussurrada se erguendo do chão, dos lugares
mortos. Pode pensar que há algo ali pra você, algo para ser entendido ou
decifrado.
Mas eu sei a verdade: sei pelas noites de Frieza. Sei que o
passado vai arrastá-lo para trás e para baixo, fazendo com que você tente se
agarrar aos sussurros do vento e aos ruídos das folhas das árvores batendo umas
nas outras, tente decifrar algum código, tente consertar o que foi quebrado.
Não tem jeito. O passado não passa de um fardo. Ele pesará dentro de você como
uma pedra.
A diagramação do livro é linda, a revisão caprichada e a capa maravilhosa, fiquei um bom tempo olhando para ela. Só não sei como será o próximo volume, já que lá fora a capa do segundo livro segue um padrão diferente, foi lançada também uma nova capa para Delírio.
Apesar de ter amado o livro e estar muito ansiosa para ler o segundo volume, tenho receio do que Lauren Oliver pode fazer. A forma como Delírio termina é bem complicada, espero que ela não me decepcione em Pandemonium (segundo volume, ainda sem previsão de lançamento no Brasil).
Delírio traz uma grande pergunta ao leitor: Será que vale a pena viver sem amor, apenas para não correr o risco de sofrer, de se decepcionar? Eu acho que não. Recomendo, sem sombra de dúvidas.
PS: Hoje meu marido e eu completamos 3 anos de casados. "Obrigada amor, por me contaminar com Amor Deliria Nervosa, você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, TE AMO" ♥


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