21 de setembro de 2012

O primeiro dia - Marc Levy


Volume #1
Autor:  Marc Levy
Editora: Suma de Letras
Número de páginas: 
Avaliação:   
(Skoob)   

Keira é uma arqueóloga destemida, ela comanda uma escavação no vale do Omo, na Etiópia. Sua meta é encontrar o fóssil do primeiro ser humano existente na terra, e ela acredita que ele se encontra ali. 

Há algum tempo nesse lugar, Keira se apegou a algumas pessoas, entre ela o pequeno Harry – um garoto etíope órfão de pai e mãe – que lhe presenteia com um estranho pingente. Após um problema nas escavações, Keira se vê obrigada a voltar para, trazendo consigo apenas o pingente de Harry.

Adrian é um astrônomo dedicado, o seu maior desejo é encontrar a primeira estrela que brilhou no céu, no inicio de tudo, há milhares de anos. Descobrir onde começa a aurora. Após passar mal no Chile, onde estava realizando diversas pesquisas, ele é obrigado a retornar para casa.

Os caminhos de Adrian e Keira se cruzam novamente em Londres – os dois tiveram um breve romance há muito tempo -, onde os dois disputam uma bolsa para darem sequência a seus projetos. Quando Keira esquece seu colar no apartamento de Adrian, o rapaz decide descobrir a origem do estranho artefato, aplacando sua curiosidade tanto em relação ao pingente quanto em relação a sua charmosa dona.

O problema é que ao que tudo indica, eles não são os únicos interessados no pingente. Juntos eles embarcaram em uma intensa e perigosa aventura, que vai mudar para sempre o rumo de suas vidas.

"O que me levou, há tanto tempo, a desistir de viver como a maioria das pessoas, com casa, mulher e filhos, acho que foi a esperança de um dia encontrar a resposta à pergunta que nunca deixou de ser o centro dos meus sonhos: Onde começa a aurora?"

O primeiro dia é um livro intenso, repleto de aventura e conhecimento. Para minha surpresa, se trata de um thriller, pela capa eu julguei ser apenas um romance.

A narrativa é dividida em duas formas: em primeira e terceira pessoa. A parte de Adrian é narrada em primeira pessoa, na forma de diários que o personagem escreve. A parte de Keira, e dos demais personagens é em terceira pessoa, dando um clima ainda mais misterioso.

Adrian é um personagem doce e apaixonado, é extremamente agradável a forma como ele descreve a trama, as sensações e impressões que ele tem sobre o mundo. Devido à narrativa em primeira pessoa, acabei me apegando mais a ele.

Keira é voluntariosa, ela não perde tempo e está sempre em busca de algo. Em alguns momentos eu não conseguia saber exatamente o que ela pensava, e isso me deixava bem agoniada.
A meta dos dois é bem diferente, mas no final das contas parece ser exatamente a mesma coisa.

“Há dias que somam insignificâncias e deixam um vazio na alma, momentos de solidão de que vamos nos lembrar por muito, muito tempo.”

Marc Levy valorizou bastante os personagens secundários, que em certas ocasiões roubavam até mesmo a cena dos protagonistas. Walter é um amigo de Adrian, aquele que o incentiva a continuar suas pesquisas e descobrir a origem do pingente. Ele é extremamente divertido, todas as cenas em que ele aparecia tinham uma dose de humor, sem contar que ele é um bom amigo. Adoro personagens que se dedicam por uma amizade.

Gostei muito de Jenna, a irmã mais velha de Keira e Ivory, um senhor que trabalha no mesmo museu que Jenna, e é quem planta em Keira a curiosidade em relação ao artefato que carrega no pescoço. Ivory é um dos personagens mais intrigantes da trama, ele com certeza é muito importante para o seu desenvolvimento.

Uma coisa que me agrada muito é que conseguimos saber exatamente todos os passos dos “vilões”, eu adoro isso, fico ainda mais ansiosa. O ritmo da narrativa não é frenético, e Levy às vezes enrola um pouco, descrevendo minuciosamente as profissões dos personagens, e cada um de seus passos. Confesso que algumas definições não foram totalmente absorvidas por mim a lerda.

O ponto negativo do livro – para mim – foi o romance. Eu não consegui enxergar Keira e Adrian como um casal em potencial, faltou química, e um entrosamento além do investigativo.
Foi isso que me desanimou um pouquinho, eu esperava mais do casal. Talvez seja pelo que disse no começo da resenha, pela capa eu imaginava um lindo romance.

O final do livro é eletrizante, aquele que nos faz almejar a continuação imediatamente, apesar de seu desfecho de certa forma fechar. É aquela coisa: “aconteceu ou não aconteceu?”, “É real ou ilusão?”. Só saberei lendo o próximo livro.

A continuação - A primeira noite - será lançada pela Suma agora em outubro, devido a isso eu optei por não ler o primeiro capitulo disponível no final do livro. Vou aguardar para ler direto, sem interrupções. Estou bem ansiosa por essa leitura.

O primeiro dia é um bom livro, que enfoca a amizade e a busca pelos seus sonhos, por mais difíceis que eles sejam. No entanto, ainda não é o meu preferido do autor, Tudo aquilo que nuncafoi dito continua sendo o meu queridinho.

Beijos :) 
Marc Levy gravou recado fofo para os fãs brasileiros, vocês podem conferir AQUI.
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Juliana Sutti