
Autor: Audrey Niffenegger
Número
de páginas: 356
Eu realmente não sei começar essa resenha, terminei a leitura
desse livro sem saber se tinha ou não gostado. Acho que ainda não sei.
A história é narrada em terceira pessoa, o que nesse caso foi
muito bom, existem vários personagens, e foi importante conhecer cada um deles.
O primeiro capítulo se chama "O fim", e nele vemos os últimos
momentos de vida da protagonista Elspeth,
ela está no hospital e a única pessoa ali com ela é seu amante Robert.
Eddie e Elspeth são gêmeas, mas não se veem há muitos
anos, Eddie mora nos EUA com o marido Jack e suas filhas Julia e Valentina,
também gêmeas. Elspeth mora em Londres. Quando a morte de Elspeth é
anunciada, as coisas ficam confusas, apesar de não conhecer as sobrinhas ela
deixa seu apartamento e todo o seu dinheiro para elas, com a condição de que
elas morem em seu apartamento
por um ano, antes de o venderem. O apartamento dá aos fundos do
cemitério Highgate. E o mais inusitado, seus pais não podem entrar no
apartamento em hipótese alguma.
Julia e
Valentina são gêmeas
espelhadas, é como se fossem a continuação uma da outra, os órgãos de
Valentina são exatamente ao contrário dos de Julia, uma é destra a outra é
canhota. O fato de seus órgãos serem invertidos faz com que Valentina
seja frágil, tenha asma e problemas cardíacos. Elas são o que o titulo
diz, estranhamente simétricas.
"–
Somos gêmeas espelhadas. Ela é praticamente toda invertida por dentro. O
coração fica aqui. – Julia pousou a mão no peito, à direita do esterno – , e o
fígado, os rins e o resto ficam ao contrário dos meus."
Conhecemos
alguns outros personagens, Martin,
o morador do apartamento acima do de Elspeth, que sofre de TOC e não sai de
casa há muitos anos -Ele foi recentemente abandonado por sua esposa Marijke, que não suportou viver
nas condições que Martin estava – e também Jessica e James, um casal de
idosos, proprietários do cemitério e amigos íntimos de Robert.
As
gêmeas se mudam para o apartamento de Elspeth, com exceção de seus diários e
documentos pessoais, absolutamente
tudo permanece no apartamento, inclusive
algo muito inesperado.
Audrey
mantém um clima melancólico no livro todo, os personagens são todos
interligados e no decorrer do livro vamos descobrindo diversos segredos. A
relação de Julia e Valentina é absolutamente de codepêndencia, elas nunca dizem
"eu" é sempre "nós", separadas elas se tornam vazias. Houve
momentos que essa relação me enojava, e a fragilidade extrema de Valentina me
irritava. Eu preferi Julia, com sua personalidade mais forte e decidida. Robert
é um cara absolutamente confuso, a morte de Elspeth o deixou sem chão, e a
chegada de duas garotas muito parecidas com ela o perturba.
Martin
é um homem doce, gostei demais dele, apesar de seu TOC extremamente avançado,
eu me via torcendo para que ele se recuperasse e conseguisse viver novamente
com sua esposa, o amor que ele sente por ela é palpável e sem dúvidas
a parte mais sensível do livro.
“Martin
ficou parado, segurando a carta. O
pior aconteceu. Ele não conseguia acreditar. Ela foi embora. Ela
não ia voltar mais. Marijke.
Lentamente dobrou a cintura, os quadris, os joelhos, até ficar de cócoras no
chão, diante da escrivaninha, com a luz forte nas costas, o rosto a centímetros
da carta. Meu
amor, ah, meu amor… Todos os pensamentos desapareceram,
restando apenas um grande vazio, como quando a água recua antes de um tsunami. Marijke".
Eu
evitei dizer uma coisa importante da trama, o que o leva para o
lado sobrenatural, porque como eu não sabia disso antes de ler o livro achei a
ideia muito interessante, me surpreendi um pouco. É bem provável que
a maioria já saiba, mas não será por mim hehehe.
Eu
recomendo a leitura, apesar dos pesares. A narrativa de Audrey é ágil e muito
gostosa, quem já leu "A mulher do viajante do tempo" já sabe.
A
diagramação do livro é muito bonita, bem dividido, os capítulos são curtos, o
que para mim é bom, leio mais. Quando acaba um capítulo e eu digo, “huuum só
mais um”, e assim vai até que o livro acaba. Não gostei muito do final, achei
um pouco sem pé nem cabeça, para mim acabou se tornando chato.
Uma
estranha Simetria é um livro diferente de tudo o que eu já li, não é um livro
que eu leria novamente ou que vá ficar marcado, mas valeu a leitura.
E para
quem ainda não sabe tem
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tempo de participar. É
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