15 de outubro de 2013

Filme: Percy Jackson e O Mar de Monstros

Título Original: Percy Jackson and The Sea of Monsters 
Lançamento: 2013
Direção: Thor Freudenthal
Elenco: Logan Lerman, Brandon T. Jackson, Alexandra Daddario, Satanly Tucci
Gênero: Fantasia, Aventura

Sinopse: Percy Jackson (Logan Lerman) e seus amigos Annabeth (Alexandra Daddario) e Grover (Brandon T. Jackson) levam uma vida normal no Acampamento Meio-Sangue, apesar de Percy sentir falta do pai, Poseidon, que nunca mais manteve contato. Um dia, o local é atacado por um monstro enviado por Luke (Jake Abel), que consegue romper a proteção mágica do acampamento. Com o local em perigo, Percy e os amigos partem em uma aventura em busca do velocino de ouro, um objeto místico que pode revitalizar a árvore mágica responsável pela proteção do acampamento. O que eles não esperavam era que Jake estaria atrás do mesmo objeto, já que deseja trazer à vida o poderoso Cronos, derrotado por Zeus, Poseidon e Hades há milênios atrás.

É difícil falar sobre Percy Jackson já que o filme do primeiro livro, O Ladrão de Raios, foi muito polêmico e decepcionante. O Mar de Monstros veio com a promessa e expectativa de consertar os - inúmeros - furos do primeiro filme e ser mais fiel a obra de Rick Riordan. E posso adiantar que, apesar de várias mudanças e alguns deslizes (como a ideia infeliz da cena com Cronos), eu saí satisfeita do cinema. 
Thor Freudenthal, o diretor desse segundo filme, tinha pela frente o grande desafio de, em menos de duas horas, consertar os erros do primeiro filme, inserir elementos que foram deixados para trás e, é claro, contar a estória do segundo livro. Isso pedia mudanças já que o tempo para contar a estória do Mar de Monstros teria que ser reduzido. E eu aceitei as mudanças muito bem durante boa parte do filme, já que elas não mudaram a essência e o clima do livro, só que a inserção do Cronos da forma que foi feita no final me irritou e desapontou bastante.

Depois de descobrir que era um semideus, filho de um dos Três Grandes e salvar o mundo de uma guerra no Olimpo, Percy Jackson (Logan Lerman) tinha como único desafio Clarisse (Leven Rambin), filha de Ares, que ameaçava tomar seu lugar de destaque no Acampamento Meio-Sangue. Porém o que ninguém esperava era que o Pinheiro de Thalia, que promovia a proteção do Acampamento, fosse envenenado colocando em perigo o único lugar no mundo seguro para os meios-sangues. Assim Percy, Annabeth (Alexandra Daddario), Gover (Bradon T. Jackson) e Tyson (Douglas Smith) saem em missão clandestina para recuperar o Velocino de Ouro, único objeto mágico capaz de curar o Pinheiro. O único problema é que ele está no meio do Mar de Monstros, um lugar extremamente perigoso para qualquer semideus, mesmo os melhores. Durante sua jornada Percy vai acabar percebendo que seus problemas são bem maiores que alguns monstros, já que um antigo inimigo está atrás dele, assim como um profecia que ameaça sua vida. 

O filme começa consertando muitos erros deixados para trás com o flashback da chegada da Annabeth, do Luke e da Thalia guiados pelo Grover e a inserção de personagens importantes como o Sr. D e a Clarisse. O Sr. D é um dos meus personagens favoritos da série por não ser exatamente bom ou ruim e sempre fazer ótimas piadas e o Stanley Tucci conseguiu trazer muito da sua personalidade com o seu pouco caso com os campistas, sua cretinice e sua mania de errar o nome de todo mundo. 
Como muitos de vocês eu duvidei um pouco da escolha da Leven Rambin para ser a Clarisse, mas a atriz calou a minha boca logo nas primeiras cenas e continuou a fazer isso durante todo o resto do filme. A Clarisse das telas, apesar de ser bem diferente fisicamente da dos livros, sustenta todo o ego gigantesco da personagem, sua determinação, implicância com todo mundo (principalmente com o Percy) e a sua eficiência quando o assunto é sair batendo em todo mundo. 

Percy (Logan Lerman), nesse segundo filme, não está no seu melhor momento. Se sente abandonado pelo pai que não lhe dá qualquer atenção e está perdendo a confiança em si mesmo ao ser ver sendo vencido pela Clarisse em todos os quesitos e tudo piora quando Tyson chega ao acampamento. A chegada do personagem na estória foi, sim, diferente, mas a reação do Percy ao descobrir o que o Tyson é de verdade é idêntica a que ele teve no livro. Ele fica com raiva do pai, fica envergonhado e com ciúmes e adorei que tudo isso foi passado dessa forma para as telas.
O Tyson (Douglas Smith) do filme não tem o ar bobão que tem nos livros, mas mantêm a mesma inocência característica do personagem e, diferente de tudo que pudíamos prever, tem muito conhecimento da mitologia, dando uma de Annabeth em vários momentos. 
Falando na Annabeth, senti que a personagem da Alexandra Daddario contribui muito pouco durante o filme, ficando um tanto quanto apagada em meio aos outros personagens e só se sobressaindo quando interagia com o Percy, que mostram uma amizade muito bonita no filme. O cometário do Hermes perguntando se eles sempre terminavam a frase um do outro, além de fofo, demonstrou bem isso.

O filme aposta bastante no lado cômico - que super funciona - e têm muita ação, assim como o livro, mas infelizmente não mostra muita coisa da mitologia em si, damos de cara com várias criaturas/monstros, mas não nos explicam o que eles são. Além de que o filme errou feio ao explicar algumas coisas da mitologia, o que eu achei terrível. Sei lá gente, acho que um filme inspirado em um livro que teve como ideia original ensinar mitologia errar na hora de explicar exatamente isso é o erro mais grotesco de todos! Também senti muita falta dos sonhos dos personagens, que é uma marca registrada dos livros do Rick Riordan.

A mensagem principal do filme é sobre família  e isso é personificado pela relação do Percy com o Tyson e pela relação do Luke (Jake Abel) com o seu pai, Hermes (Nathan Fillion). Falando no Luke, o personagem teve muito mais destaque no filme do que no livro e eu achei essa uma mudança bem positiva. As mudanças continuam presentes, mas todos os elementos principais também, como o Princesa Andrômeda, o Navio dos Confederados Mortos e até a Circe foi introduzida de forma indireta. Então, eu posso dizer que estava bem satisfeita com tudo, mas aí resolveram dar vida a Cronos. 

Achei toda aquela cena desnecessária. Fez Cronos parecer um vilãozinho de nada, estragar a relação entre o Luke e ele (importantíssima para o resto da estória) e fazer o filme passar ainda mais lições erradas de mitologia. Se o objetivo era ter uma grande disputa no final, o livro já trazia uma, não era necessário criar toda essa situação decepcionante. Eu me senti tão mal vendo eles aproveitarem tão mal a profecia que eu só queria socar quem teve essa maldita ideia.
Mas, felizmente, as cenas finais voltaram a me agradar e a me dar esperanças para que o a adaptação de A Maldição do Titã (que parece bem provável depois da bilheteria desse segundo filme) seja ainda melhor. Eu gostei do filme e acho que ele manteve bem o clima do livro, foi mais fiel que o primeiro e é bem divertido. Só não me agradou totalmente por causa dos furos na mitologia e por causa da ideia idiota de usar o Cronos dessa maneira. 

Quanto aos quesitos mais técnicos, eu gostei bastante da trilha sonora e da fotografia do filme. Assisti em 3D, mas achei que o recurso poderia ter sido melhor utilizado nas cenas de ação, só que mesmo assim acho válido para quem tiver a oportunidade.

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Juliana Sutti