Reiniciados #1
Autor: Teri Terry
Editora: Farol
Número de páginas: 430
Avaliação:




(Skoob)
Kyla não se lembra de absolutamente nada de seu passado, não há uma única lembrança de quem ela um dia foi. Ela foi Reiniciada.
Autor: Teri Terry
Editora: Farol
Número de páginas: 430
Avaliação:





(Skoob)
Kyla não se lembra de absolutamente nada de seu passado, não há uma única lembrança de quem ela um dia foi. Ela foi Reiniciada.
Em Londres, por volta
do ano 2050, a sociedade é rigidamente controlada por um grupo chamado Colisão
Central. Todos os jovens que se rebelam contra esse governo são
castigados, mas recebem uma "segunda chance". Ao invés de serem
presos ou até mesmo condenados à morte, eles passam por um processo onde todas
as suas memórias são apagadas e depois de alguns meses em um hospital (para
reaprender coisas básicas), são encaminhados para uma nova família.
Após o procedimento,
esse jovem recebe um Nivo (uma espécie de relógio de pulso) que monitora suas
emoções, eles não podem sentir muita raiva, tristeza ou choque. A intensidade dessas
emoções diminuiu a frequência do Nivo, causando a morte do reiniciado.
Kyla sabe de todas
essas coisas, e ela está se esforçando para viver com seu novo pai, sua nova
mãe e sua nova irmã, Amy, que também foi reiniciada. O problema é que Kyla é
diferente dos outros reiniciados, ela não consegue simplesmente aceitar tudo o
que lhe imposto, ela tem dúvidas. Sem contar seus constantes pesadelos, que
cada vez mais parecem ser lembranças de sua vida anterior, e não apenas sonhos.
***
"Eles nos ensinaram o básico sobre os Reiniciados na escola do
hospital. Éramos todos criminosos, sentenciados - apagariam nossas memórias e
personalidades -, e assim poderíamos recomeçar. Com o Nivo no lugar para
garantir que tudo desse certo, até ser removido no ano em que completássemos
vinte e um anos como Reiniciados. Era uma segunda chance, pela qual deveríamos
ser gratos: ela nos manteve fora da prisão, ou da cadeira elétrica."
Reiniciados é uma distopia deliciosa que me pegou
de jeito. A Sociedade criada pela autora é bem crível, contanto que você não se
rebele e queira ir contra os princípios impostos por eles, você pode
viver a sua vida pacificamente (mas se você se rebelar as consequências não serão
as mais agradáveis). E, mesmo sendo no futuro, a rotina dos personagens é
extremamente próxima a nossa, não existem carros voadores nem nada do gênero. O lance futurístico fica por conta dos reiniciados, e do Nivo, que eu achei simplesmente fantástico!
O livro é narrado em 1ª pessoa, por Kyla, o que
agradou MUITO. A garota é corajosa e questionadora, mas ela sabe o momento
certo de se calar, e não faz as coisas impensadamente, colocando sua vida ou a
das pessoas que gosta em risco, achei isso muito sábio da parte dela. Kyla
começa a perceber que existe alguma coisa muito errada por trás desse processo
de reiniciar e seus sonhos fazem com que ela fique em dúvida sobre o que
realmente possa ter feito para ter sido reiniciada. Será que ela realmente
cometeu algum crime?
"Minhas memórias se foram, mas parte de mim se lembra. Meu corpo,
meus músculos (...) Então não é a mesma coisa que começar do zero, não mesmo. É
como se, ao dar o impulso certo, você consiga fazer coisas que tinha esquecido.
Quem sabe do que mais sou capaz?"
O relacionamento de Kyla com sua nova família é um
dos pontos mais bacanas, não tem como saber em quem realmente confiar. As primeiras
impressões podem ser bem enganosas. Teri
Terry levanta constantemente dúvidas sobre o passado de cada personagem -
personagens esses lindamente construídos e utilizados -, eu fiquei em constante
questionamento sobre quem eram os mocinhos e quem eram os bandidos. Para mim, o livro
manteve um clima de tensão e um leve toque de suspense.
Não posso me esquecer de citar o romance, pois ele
existe e tem grande importância. Kyla conhece Ben em uma reunião de reiniciados
(um grupo de apoio, monitorado por uma enfermeira), e eles acabam se tornando
amigos. Ben é um reiniciado padrão, ele não questiona o que acontece a sua
volta, mas Kyla faz de tudo para trazê-lo a realidade, para que ele a ajude a
buscar informações verdadeiras sobre o que realmente está acontecendo. Eu
gostei da forma como os dois acabaram se apaixonando, foi bem gradual. Mas existe
algo no relacionamento deles que não me convenceu exatamente, tirou um pouco
do foco de Kyla. Espero que no segundo livro isso melhore.
As reviravoltas são de tirar o fôlego, a trama é
intrincada, tudo se relaciona e tem um sentido ao final. Final esse que me
deixou arrepiada, ansiosa para ler o segundo volume (chamado Fractured) o quanto antes. Eu poderia dizer mais diversas
coisas sobre o enredo do livro, mas acabariam sendo spoilers, existem algumas
pessoas e situações que vocês precisam conhecer durante a leitura. Para quem
gosta de distopia, eu recomendo Reiniciados com toda a certeza! A capa é linda,
e mesmo não gostando quando os rostos do modelo estão em evidência, essa
conseguiu me agradar. A diagramação e revisão também estão caprichadas. O lançamento oficial do livro é amanhã, dia 20.
Reiniciados foi uma leitura intensa, mas
extremamente rápida, devido à narrativa simples e fluída da autora. É um
daqueles livros que a história fica martelando na cabeça durante vários dias,
do tipo que merece ser relido e virar filme. Pelo menos para mim foi assim. ;)
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