
Autor: Veronica Rossi
Editora: Prumo
Número de páginas: 336
Avaliação: 









(Skoob)
Ária tem
dezessete anos e mora em Quimera, uma cidade encapsulada, conhecida como
Núcleo. Neste lugar as pessoas vivem sem nenhum contato com o mundo externo,
conhecendo outros lugares (reinos multidimensionais) apenas através de um olho
mágico.
Quando perde
o contato com sua mãe, Lumina, Ária resolve convencer Soren - o filho do cônsul
(uma espécie de líder) - a levá-la até a Loja da Morte, um mundo além das
paredes de Quimera. Ela pretendia apenas obter informações sobre o
paradeiro de Lumina, mas as coisas fogem de seu controle. Soren se mostra um
rapaz agressivo e descontrolado pelas sensações percebidas fora do Núcleo. Ele
acaba atacando Ária, que estaria morta se não fosse por um estranho "Forasteiro" que a salva. No entanto, esse salvamento tem resultados inesperados. Ária
é banida e obrigada a viver no mundo externo. Um mundo perigoso, cheio de
sensações amplificadas e terríveis tempestades de Éter.
Peregrine
(Perry) é um caçador competente, e sua vida estava seguindo um curso
relativamente normal, até o momento que ele decide salvar uma
"Ocupante", uma garota que nunca deveria ter saído de Quimera. Agora,
algo foi tirado dele, e ele precisa desesperadamente recuperá-lo. Sendo assim,
ao encontrar Ária ele percebe que ela pode ser a sua única chance, ambos
procuram por alguém e ambos precisam seguir na mesma direção.
Ainda que
sejam totalmente opostos, ele é um selvagem e ela é uma garota frágil e mimada,
eles precisam unir forças para enfrentar os perigos que os rondam. Essa é a
única forma de sobreviver.
***
Eu não
esperava absolutamente nada desse livro, confesso que nem ao menos a sinopse eu
havia lido. A única coisa que eu sabia era que se tratava de uma distopia, e
que estava fazendo sucesso no exterior. Recebi a prova encadernada da editora
Prumo e levei alguns dias para iniciar a leitura, assim que comecei foi
totalmente impossível parar.
Never Sky me fisgou completamente.
A sociedade
está dividida em duas partes, dois mundos distintos. Em Quimera a tecnologia é
extremamente avançada, não existe dor, não existe desconforto. Através do olho
mágico eles podem visitar diversos lugares, fazer muitas coisas, isso tudo sem
alterar nada no mundo real. Fora de Quimera tudo é primitivo, as pessoas lutam
por sua sobrevivência, e sofrem constantemente com o Éter, uma espécie de descarga
elétrica. Adorei o fato de os mundos serem tão opostos, mas ao mesmo tempo
serem tão críveis.
O mundo primitivo tem perigos, muitos deles, inclusive os Corvos, canibais nada amistosos. No entanto, Quimera também possui perigos, ainda que eles sejam velados. Não posso deixar de destacar Roar, Maroon e Cinder, personagens apaixonantes e essenciais, que cruzam com Perry e Ária em sua jornada.
Perry e Ária são protagonistas mais do que especiais, cada um tem sua particularidade e relevância, a narrativa em terceira pessoa intercala o ponto de vista de cada um deles. Gosto mundo quando o livro é narrado dessa forma, assim me aproximo mais dos personagens e consigo observar como um todo. De inicio eles se detestam, cada um tem uma visão - preconceituosa - pela forma de vida do outro, em qualquer outra situação eles JAMAIS se envolveriam. Entretanto, conforme eles vão se conhecendo e sendo forçados a conviver um com o outro, eles amadurecem e percebem que não estavam certos. Os mundos se fundem, assim como suas narrativas.
"Eles
se aproximaram como se alguma força invisível os impulsionasse na direção um do
outro. Ária olhou para as mãos que se entrelaçaram, sentindo a sensação do
toque dele. Um toque morno e calejado. Macio e áspero ao mesmo tempo. Ela
absorveu o terror e a beleza dele e de seu mundo. De todos os momentos vividos
nos últimos dias. Tudo isso a preenchendo, como se fosse o primeiro sopro de ar
a encher seus pulmões. E ela jamais amara tanto a vida. "
Agora, o que eu mais gostei neste livro foi o romance. Perry e Ária tem uma química explosiva e palpável, mas eles não se apaixonam imediatamente. Tudo acontece no tempo certo, gradativamente. Veronica Rossi vai nos dando pequenos detalhes, pequenos indícios de como o sentimento foi despertado, além disso ela mostra que nem sempre o amor é a única coisa que importa (como vemos em vários outros livros do gênero), eles se amam, mas existem outras prioridades. Isso deixou o sentimento verdadeiro, fazendo com que se tornasse - para mim - um dos melhores romances YA's que já conheci!
Never Sky é uma distopia, com um toque sci-fi. Além disso, possui alguns elementos sobrenaturais (que muito me agradaram). Toda essa mistura poderia não dar certo, mas para mim deu, e muito. Alguns reclamaram do subtítulo "Sob o céu do nunca", mas ele é tão condizente com a história, que eu adorei.
"- As nuvens se dissipam? - perguntou
ela.
- Completamente? Não. Nunca
- E quanto ao Éter? Ele some em algum
momento?
- Nunca, Tatu. O Éter nunca some.
Ela olhou pra cima.
- Um mundo de nuncas sob o céu do
nunca."
Como li a
prova encadernada, não posso dizer muito sobre a capa. Acredito que ao vivo ela
seja muito bonita, só quando adquirir meu exemplar finalizado poderei dizer
mais sobre isso. Em relação à revisão, gostei muito, a editora Prumo fez um
ótimo trabalho. Vocês já devem ter percebido que eu amei o livro né? Então,
leitura mais do que recomendada! Espero que gostem tanto quanto eu. :)
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