1 de janeiro de 2011

Apátrida - Ana Paula Bergamasco


Editora: Todas as Falas
Autor: Ana Paula Bergamasco
Número de páginas: 338
Onde comprar: Saraiva

Sinopse: Uma pequena vila na Polônia. Uma menina repleta de vida. Um encontro. Vidas Ceifadas. Sonhos Destruídos. Infâncias Roubadas. As recordações da personagem Irena amarram o leitor na História do Século XX. Baseado no estudo dos fatos que marcaram a época, o palco da narrativa é a conturbada Europa pós Primeira Guerra Mundial, culminando com a eclosão da Segunda Grande Guerra e a destruição que ela provocou na vida de milhões de pessoas. A narradora conduz a exposição em primeira pessoa, e remete o leitor a enxergar, através de seus olhos, o cotidiano a que ficou submetida. É um relato humano, sincero e envolvente que revela a passagem da vida infantil feliz da menina, para o tumulto da existência adulta, cheia de contradições. (skoob)


Apátrida conta a historia de Irena, uma jovem polonesa nascida entre as guerras mundiais. Devido a doença de sua mãe Irena conhece Jacob, o filho do Dr. Yosefee. Jacob era judeu e foi o grande amor e amigo de Irena na infância, porém quando cumprindo os costumes de sua família Jacob anuncia seu casamento com uma judia Irena tem seu coração partido. Ela passa a ser uma sombra do que fora antigamente, sem brilho e sem esperanças.
Quando finalmente parece tomar novamente o controle de sua vida ela conhece Ruik, com quem se casa e muda para a Bielorrússia.
Então a segunda Guerra Mundial explode, e partir dai a vida de Irena se transforma novamente, com o filho nos braços e longe de sua família ela vai sofrer a dor, a fome e a perda. E em todas as vezes vai tentar reconstruir o que foi perdido.

Para por aqui pois tudo o que for dito a mais pode ser um spoiler.
Não sou fã de livros que retratam a guerra, porque me deprimo em saber que tudo aquilo foi real, e que pessoas sofreram absurdamente. Mas não pude resistir em ler Apátrida, e não me arrependo. Definiria em uma palavra: Impactante.
Quem narra o livro é a própria Irena, alternando em alguns momentos o passado com o presente. Foi fácil então sentir na pele cada situação e emoção vivida por Irena. Confesso que chorei muito. Eu ficava pensando em cada pessoa que viveu de verdade todo esse horror, esta dor terrível a morte e da destruição.
Não tenho mais palavras para descrever o que senti. O que fica mais forte em minha mente é que o amor nos dá força para seguir em frente.

"Não pense que o meu coração é um barco à vela, que navega de amor em amor de acordo com o vento. Ele é mais fixo que as pirâmides do Egito. Ainda que as areias da vida tentem escondê-lo, ele permanece inabalável. Sei que está passando por muitas dificuldades. Onde está é horrível. Mas é seu dever continuar vivo. Levante-se por mim!"

“- Acho que tem alguma coisa errada no meu documento. Nasci na Polônia. Meus pais e avós, por séculos, são poloneses. No passaporte, na minha nacionalidade, está escrito: Apátrida. O que quer dizer isto?
O moço suspirou, irritado. Parecia uma pergunta recorrente.
- Quer dizer que a senhora, daqui por diante, não tem pátria.
Eu não entendi. Como assim, não tem pátria? A gente não nasce com ela? Inquiri o senhor, já quase em lágrimas.

A fé de cada um está longe de qualquer explicação lógica sobre a certeza das coisas. Ela mora na emoção e não na razão. Na crença de algo que não se pode provar! E quem somos nós para julgar a outra pessoa pela fé que ela acredita ser certa, ainda que, no nosso íntimo, sejamos contrários?”

" De repente, eu me senti grande. Fortalecida. Ainda que me levassem tudo, eu continuaria um ser humano a ser respeitado e amado. Arrancaram a minha casa, os meus parentes e a minha própria nacionalidade. Toda via, não extraíram de mim as minhas origens. Eu sempre serei Irena, nascida em Lublin, numa família polonesa feliz, crescida durante a segunda República, cheia de sonhos. E não eram de leis de homens que me furtariam isto!”

A capa é ainda mais linda ao vivo do que em fotos. A única coisa que em incomodou foi a fonte utilizada e a falta de espaçamentos, em alguns momentos minha vista ficava embaçada. Mas nada que atrapalhe a compreensão do livro.
Indico com certeza! Vale muito a pena a leitura, e me dá uma orgulho danado saber que foi uma autora brasileira que escreveu! Parabéns Ana Paula Bergasmo pela história profunda e emocionante!

E vocês, já leram? Não deixem de comentar (devido à um problema na troca de layout os comentários foram apagados, e o intense não permite novos, então, para comentar clique aqui.)
Beijos :)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito obrigada pelo seu comentário! ;)

Juliana Sutti