5 de fevereiro de 2013

Divagando: Preconceito Literário


Quando eu era criança, estudava em um colégio particular. Por muito tempo fui a única morena e bolsista do colégio. O que fazia com que todos achassem que eu era a mais pobre da sala (o que de fato era verdade), a mais coitadinha. Sofri preconceito dos meus amigos por alguns meses, mas aprendi a me impor e com o tempo essa diferença acabou. Passei então a sofrer preconceito de outras maneiras, pela “autoridade da escola”. Insistiam em dizer que eu não merecia ter uma bolsa de estudos em um colégio tão bom, e que não tirava nota em matemática (odeio essa matéria com todas as minhas forças) porque eu precisava chamar a atenção do meu pai, já que ele havia se separado da minha mãe e se casado novamente. Quando eu finalmente terminei o terceiro colegial, nem formatura eu quis fazer, só para não ter que olhar na cara daquela pessoa. Finalmente eu estava livre de tanto preconceito!

Então eu fui para a faculdade, e não consegui me enturmar totalmente com as pessoas (só com alguns poucos amigos que eu amo de paixão até hoje). Eu não bebo, não fumo, não falo palavrões e dificilmente ia às festas que eles organizavam, por morar em outra cidade. Foi o suficiente para que durante os quatro anos eu praticamente não fosse notada. Chegando ao cúmulo de no último ano quando alguém ia a minha sala procurando por mim o pessoal dizia: “Juliana Sutti? Não é da nossa sala”.

Essa fase passou, eu casei e me vi novamente livre de preconceitos pelo meu jeito de ser, de pensar e agir. Só que não é bem assim, existe um novo preconceito que me ronda, um tão idiota e sem fundamento, o preconceito literário!

Eu gosto da série Crepúsculo, mas, se eu digo isso é porque “sou uma garota sem cérebro, sem personalidade”. Eu não gosto de livros eróticos, simplesmente não os leio, mas se eu falo isso é porque “Sou frígida, puritana e me acho”.

Tem coisa mais boba do que julgar alguém pelo que ela lê? Você pode sim não gostar de um livro, dizer que a história não deu certo para você e etc., só não pode querer julgar a pessoa que leu aquele livro e adorou. Nós não somos iguais, logo nossos gostos (literários ou não) também não são!

Livros são para divertir, entreter e aguçar a imaginação. Claro que existem muitos livros que são mesmo mais complexos, sua narrativa é mais fina e rebuscada, exige e acrescenta um pouco mais ao leitor. Mas cada um lê o que gosta e o que tem vontade! Discordar, debater pontos positivos e negativos de uma determinada obra é supersaudável. Partir para a ofensa pessoal, dizer que a pessoa é “ignorante” por ler tal livro é pura estupidez, falta de RESPEITO.

E outra coisa, se você não leu o livro, você não pode dizer se ele é bom ou não! Eu não li e não vou ler 50 Tons de Cinza, não faz o meu estilo, mas você não me verá falando mal do livro em lugar nenhum. Se eu não li, não tenho nenhum argumento.

Enfim, como o próprio nome da coluna diz, estou apenas divagando hehehe. Às vezes eu me estresso com tanto preconceito, estou cansada de precisar me defender por gostar de alguma coisa, ou por pensar diferente dos demais.

E vocês, já sofreram preconceito literário? O que pensam sobre isso? Diz aí. ;)

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Juliana Sutti