Dustlands #1
Autor: Moira Young
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 349
Avaliação:








(Skoob)
Lagoa de Prata é um lugar deserto
e isolado, onde não chove há muito tempo e a comida e água são escassas. É ali
que Saba vive, com seu pai, seu irmão gêmeo Lugh e sua irmã caçula Emmi.
Lugh é tudo para Saba, onde o
irmão está ela também está. Ela não consegue imaginar viver sem ele, o seu sol. No entanto ela não consegue gostar de Emmi, já que sua mãe faleceu dando à luz a menina.
Certo dia, após o aniversário de dezoito anos de Saba e Lugh algo inesperado
acontece, seu pai é morto e Lugh é levado à força por quatro cavaleiros em uma
tempestade de areia.
Completamente desolada Saba parte
imediatamente em busca de seu irmão, e ainda que não goste de Emmi, a última
coisa que Lugh pediu antes de desaparecer na tempestade foi que ela não
abandonasse a irmãzinha, e ela pretende fazer o que o irmão pedi. Sendo assim, Saba parte em uma busca frenética e recheada de perigos.
"O Lugh nasceu primeiro. No solsticio de inverno, quando o sol fica bem baixinho no céu.
Depois fui eu. Duas horas depois.
Isso já diz tudo.
O Lugh vai primeiro, sempre primeiro, e eu venho atrás.
E assim tá bem.
Assim tá certo.
É assim que tem que ser."
Caminhos de Sangue é totalmente “UOU”.
Ao ler o primeiro capitulo, tive medo de não conseguir continuar, a narrativa
de Moira Young é deliciosa, mas ela se baseia na oralidade, o que torna tudo
muito estranho:
“(...) mas nesse último ano, por mais que a gente faça, por mais que a
gente tente, num basta. Não sem chuva. A gente fica veno a terra morrer, um
pouquinho de cada vez”.
O uso de num, veno, andano e por aí vai me assustou um pouco, além do fato que não se usa travessão nos diálogos. Mas isso
durou apenas um capitulo, logo eu já estava totalmente adaptada e entretida com a história. É bem provável que alguns de
vocês se irritem com a narrativa, mas eu recomendo que continuem a leitura
mesmo assim, vale a pena. O uso dessa linguagem fez total sentido para mim, quem narra a trama é Saba, em primeira pessoa do presente, e a garota não sabe ler nem escrever. Era como se eu realmente estivesse conversando com ela.
Saba é totalmente badass. Ela não
pensa em mais nada quando decide resgatar o irmão, e essa jornada é épica,
repleta de coisas inimagináveis. A protagonista é durona, cabeça-dura e
destemida. Um verdadeira guerreira. Quando ela precisa, se deixa dominar por uma fúria que a torna imbatível,
em determinado momento do livro ela recebe o apelido de Anjo da Morte.
Uma das coisas que mais gostei no
livro foi o desenvolvimento do relacionamento de Saba e Emmi. Saba detesta a
irmã mais nova, e ela sabe disso. No entanto, uma acaba precisando da outra em
diversas situações. O que vai modificando essa dinâmica. Agora, o que eu gostei
MESMO nesse livro foi (alguns podem considerar spoiler, eu acho que não, mas em
todo caso o texto está na cor branca selecione com o mouse para ler): NÃO
existe triângulo amoroso! Nem consigo explicar minha felicidade por finalmente
encontrar um YA assim. Que Moira Young conserve isso no segundo livro!
Jack é um mocinho pra lá de
envolvente, ele é sexy e misterioso (a maioria é, eu sei). A forma como eles acabam
se envolvendo é bem convincente, na situação em que se encontram – em meio a
lutas e fugas – não dava para ser algo meloso demais, o romance é na medida.
Além de Jack existem outros personagens tão importantes quanto, adorei cada um
deles. Destaque para o animal de estimação de Saba - um corvo chamado Nero -
que é muito mais inteligente que muita gente no livro (quero um para mim!).
É claro que se não fosse a
teimosia de Saba e a desobediência de Emmi, muitos perigos teriam sido
evitados, mas aí não existiria o livro! Então até mesmo quando elas faziam algo
completamente estúpido, eu conseguia entender. Vale dizer que rola um grande
amadurecimento dos personagens, o que sempre me agrada bastante.
“Choro pela Emmi. Pelo Pai. Pelo Lugh. Por mim.
Pelo que a gente era.
Pelo que foi tirado da gente.
Pelo que a gente perdeu para sempre.”
As cenas de violência não são
muito descritivas, fica ao encargo da nossa imaginação. Eu não tive problema em
imaginar as lutas na jaula e tudo o mais. Assim que iniciei a leitura de
Caminhos de Sangue (e passei o primeiro capítulo) não consegui mais largar, as
páginas praticamente viraram sozinhas. Achei a trama muito original, ainda que
se utilize de um ou outro artifício já conhecido.
Caminhos de Sangue é um prato cheio
para os fãs (como eu) de distopias pós-apocalípticas e mocinhas duronas e
decididas. O final é satisfatório, grande parte das perguntas é respondida,
deixando é claro um gancho ótimo para o segundo livro - Hebel Heart. Ansiedade
é pouco!
Beijos :)
PS: Eu gravei essa resenha também em vídeo, mas o youtube está dando erro desde ontem. Caso eu consiga upar o vídeo, atualizo o post.



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